Das quatro instâncias legislativas que formam o sistema político
brasileiro, o Senado Federal, que julgará em breve o impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff (PT), é atualmente a que tem maior
rejeição do eleitorado do Recife. A pesquisa IPMN aponta que 80,1% dos
entrevistados responderam "não" quando questionados sobre se admiram a
Casa Alta.
Para o coordenador da pesquisa, Adriano
Oliveira, as constantes denúncias de corrupção envolvendo políticos da
alta cúpula do Congresso Nacional, esmiuçadas na Operação Lava Jato,
casadas com as delações premiadas, que tem revelado bastidores das
negociatas políticas, têm sido mola propulsora para o descrédito da
categoria política em todas as esferas.
Atualmente, o
foco das últimas delações tem recaído, justamente, sobre senadores
tarimbados, como o atual presidente da Casa Alta, Renan Calheiros
(PMDB), o senador Romero Jucá (PMDB) e o ex-senador José Sarney (PMDB).
Mas
a Câmara dos Vereadores do Recife vem logo atrás no quesito rejeição,
com 79,7%. A Câmara dos Deputados, por sua vez, apesar de toda a
discussão em torno do afastamento do presidente Eduardo Cunha (PMDB) e
da celeuma quanto ao impedimento de Dilma, foi mal avaliada por 76,6%
dos recifenses.
Em Pernambuco, a Assembleia Legislativa (Alepe) também está mal vista, mas é a Casa Legislativa com menor negação (75,2%).
Para
os entrevistados, no quesito "contribuição para melhorias do País", os
senadores também aparecem com menor desempenho de todo o Legislativo. A
avaliação para 63,5% dos ouvidos é que o Senado, composto por 81
representantes, não contribui para melhorar a imagem do Brasil. Em
seguida, a Câmara dos Deputados e seus 513 membros também caem no
descrédito perante à população.
Para 58,1% dos ouvidos, os parlamentares não contribuem para o País.
Trazendo
o universo para Pernambuco, a Alepe tem números mais positivos na
comparação com a Câmara do Recife. Apesar de a pesquisa ter sido
realizada na capital pernambucana, os entrevistados responderam que os
deputados estaduais contribuem mais para melhoria de Pernambuco do que
os vereadores para o desenvolvimento da cidade.
CIFRAS
Quando o assunto é remuneração dos legisladores, a opinião é bem dividida para as quatro instâncias.
Do
vereador ao senador, a maioria dos ouvidos avaliam que os políticos
devem, sim, receber salários. Mais uma vez, os senadores é que aparecem
em situação mais complicada, quando 49,2% dos entrevistados discordam
que eles recebam vencimentos. Hoje, os 513 deputados custam, em média,
R$ 86 milhões ao contribuinte todo mês.
Ou R$ 1 bilhão
por ano, de acordo com levantamento do Congresso em Foco. Cada senador
custa R$ 33,7 milhões, além dos benefícios como apartamento funcional,
plano de saúde, cota parlamentar, passagens aéreas. Regalias semelhantes
também se aplicam aos deputados federais. Como os deputados estaduais,
por lei, podem ganhar até 75% do que é pago pela Câmara os políticos
aumentaram no início da legislatura - ano passado - os salários de dos
atuais R$ 20.042,35 para R$ 25.045,00.
DADOS
As
entrevistas para o levantamento do IPMN foram realizadas nos dias 14 e
15 de junho. Ao todo, 624 pessoas foram ouvidas. Desse total, 55,6% são
mulheres. A confiabilidade é de 95% e a margem de erro é quatro pontos
percentuais.
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